6 de jul. de 2011

Toca-me





















Toca-me
o silêncio
de cada palavra
gotas de chuva
manto transparente
cobrindo
a música de cada
letra
a dor de uma saudade
um suspiro de amor
o som de uma lágrima
diluindo-se partícula
por partícula
silenciosamente
pulsando
efervescendo a loucura
que é
o som de uma gota de chuva
sobre a pele quente

NANE

2 comentários:

Tó Pachêco disse...

A Lua tocou a gota de orvalho

que se desmanchava na face da flor.

Era uma lágrima de amor.

Minúsculas luas se abriam em gotas,

de amor se abriu o conto,

de rima me posto em dor.

Cada gota um verso iluminado pela clara luz,

disperso sentia escorrer poesia,

ao som de uma rima que nasce,

puro enlevo em meu amor que crescia,

palavras e som, melodia.

Dançava o coração

pelos vãos da saudade que sentia,

emanava assim a vontade da boca que não beija

e das mãos que te acarinham.

Transcendia a verdade da distância

que se convertia no mais profundo anseio,

a verdade em si mentia, amaria

e sonharia existir em devaneios infinitos

que inventavam a presença

como se pudesse seus lábios sentir .

Marcada a carne, sofrida a alma,

meu dom é sofrer sem mentir.

Cada letra em que se pinta a verdade,

faz em seu peito obra de arte .

Ode pura de manto nobre,

meu pranto por cada parte,

alarde de minha alma,

ecos que a mim retornam e retomam a solidão.

Ressona em meu amor o seu nome,

lira divina que me acolhe em seu não,

negue-me mais, pois ainda assim seguem infinitas

as gotas de tua existência na luz de meu coração.

Nilson Barcelli disse...

Excelente.
Sem mais adjectivos...
Um beijo, querida Nane.