-
31 de dez. de 2006
Ilusão
São da cor do silêncio
os teus olhos
manchados de mágoa.
Revives no pensamento,
abstracta e silenciosa.
Atrás de ti, na janela,
é infinitamente azul a demora.
Tens o rosto revolto
como uma hera
e dos teus lábios
quentes de fogueira
sopras o pó da espera.
É fria a solidão dos dias,
mas por cima do teu ombro
acende-se uma flor verde e amarela.
Por isso cansa-te
de estares sentada
e olha como o teu vestido
se parece com a paleta
dum pintor,
onde se misturam
todas as cores do teu corpo.
I Parte(Fernando Esteves)
30 de dez. de 2006
Meu coração cheio de luas
28 de dez. de 2006
Tão absolutamente só
Ás vezes avisto um anjo
de costas voltadas
no pequeno reino
onde existo.
Neste reino
corações batem
em formas de absurdo
e um olhar
nunca encontra outro.
Existe-se em paixão
por impossíveis chamas
ascendendo,
mas ascendendo para baixo.
Acasos que ardem para sempre.
Um anjo sem face em suspiro.
Tão absolutamente só.
SOMBRA DE PRATA
Música Elend- Tenebres
Filme Drácula Brian Sotker
de costas voltadas
no pequeno reino
onde existo.
Neste reino
corações batem
em formas de absurdo
e um olhar
nunca encontra outro.
Existe-se em paixão
por impossíveis chamas
ascendendo,
mas ascendendo para baixo.
Acasos que ardem para sempre.
Um anjo sem face em suspiro.
Tão absolutamente só.
SOMBRA DE PRATA
Música Elend- Tenebres
Filme Drácula Brian Sotker
21 de dez. de 2006
19 de dez. de 2006
É por ti
18 de dez. de 2006
A carícia perdida
Sai-me dos dedos
a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos...
No vento, ao passar,
A carícia que vaga
sem destino nem fim,
A carícia perdida,
quem a recolherá?
Posso amar esta noite
com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro
que conseguir chegar.
Ninguém chega.
Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida,
andará... andará...
Se nos olhos te beijarem
esta noite,
Se estremece os ramos
um doce suspirar,
Se te aperta os dedos
uma mão pequena
Que te toma e te deixa,
que te engana e se vai.
Se não vês essa mão,
nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece
a ilusão de beijar,
Ah, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?
Alfonsina Storni
a carícia sem causa,
Sai-me dos dedos...
No vento, ao passar,
A carícia que vaga
sem destino nem fim,
A carícia perdida,
quem a recolherá?
Posso amar esta noite
com piedade infinita,
Posso amar ao primeiro
que conseguir chegar.
Ninguém chega.
Estão sós os floridos caminhos.
A carícia perdida,
andará... andará...
Se nos olhos te beijarem
esta noite,
Se estremece os ramos
um doce suspirar,
Se te aperta os dedos
uma mão pequena
Que te toma e te deixa,
que te engana e se vai.
Se não vês essa mão,
nem essa boca que beija,
Se é o ar quem tece
a ilusão de beijar,
Ah, que tens como o céu os olhos,
No vento fundida, me reconhecerás?
Alfonsina Storni
10 de dez. de 2006
6 de dez. de 2006
2 de dez. de 2006
Frágil
Vejo-te em seda
e nácar,
e tão de orvalho
trêmula,
que penso ver,
efêmera, toda a Beleza
em lágrimas
por ser bela e ser frágil.
Meus olhos te ofereço:
espelho para face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.
Então,
de seda e nácar,
toda de orvalho
trêmula,
serás eterna.
E efêmero
o rosto meu,
nas lágrimas
do teu orvalho...
E frágil...
Cecília Meireles
Teu nome
O silêncio
soa mais alto que
todos os hinos
cantados em último volume.
Nenhuma estrela quando nasce
faz tanto barulho assim
é só a explosão de luz
e o silêncio
Foi assim
quando te descobri,
vieste devagarinho
sem voz
sem rosto
só um nome
O teu nome não é teu
mas o que importa?
Era este o teu nome,
existias somente
em palavras que me tocaram
em olhares que senti pousados
sobre meus ombros
Pronuncio o teu nome,
penso ti
e na ausência desenho
os olhos
o sorriso
o gesto terno com que me tocas
um gesto sem nome
não há nome assim...
É um oceano o teu nome
só o que me separa de ti,
O oceano...
Diz-me
(...) põe nos meus os teus dedos
e passemos os séculos sem rosto,
apaguemos de nossas casas o barulho
do tempo que ardeu sem luz.
Sim, cria comigo esse silêncio
que nos faz nus e em nós acende
o lume das árvores de fruto
Diz-me que há ainda versos
por escrever, que sobra no
mundo um dizer ainda puro(...)
Vasco Gato
Assinar:
Postagens (Atom)