2 de dez. de 2006

Frágil



Vejo-te em seda
e nácar,
e tão de orvalho
trêmula,
que penso ver,
efêmera, toda a Beleza
em lágrimas
por ser bela e ser frágil.

Meus olhos te ofereço:
espelho para face
que terás, no meu verso,
quando, depois que passes,
jamais ninguém te esqueça.

Então,
de seda e nácar,
toda de orvalho
trêmula,
serás eterna.
E efêmero
o rosto meu,
nas lágrimas
do teu orvalho...

E frágil...

Cecília Meireles

Um comentário:

Zilma Damasceno disse...

Muito gostoso chegar aqui, pela poesia e encontrar esta aqu, de Cecília Meireles.
Muito bom gosto, fina sensibilidade.
Parabéns!

www.recantodasletras.com.br/zilma damasceno