13 de jun. de 2006

Luz mais rara



(...)Meus olhos vêem melhor
se os vou fechando.
Viram coisas de dia
e foi em vão,
mas quando durmo,
em sonhos te fitando,
são escura luz
que luz na escuridão.

Tu cuja sombra
faz a sombra clara,
como em forma
de sombras assombravas
ledo o claro dia
em luz mais rara,
se em sombra
a olhos sem visão brilhavas!

Que bênção a meus olhos fora feita
vendo-te à viva luz do dia bem,
se tua sombra em trevas imperfeita
a olhos sem visão no sono vem!.

Vejo os dias quais noites não te vendo,
e as noites dias claros sonhos tendo.(...)

William Shakespeare - Soneto 43

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