18 de nov. de 2007


Teu gemido
um martírio
colando o desejo
no brilho da pele
desatino
desnudas a menina
que há em mim
mulher
luxuosos devaneios
pétala
bruma encantada
explícita na tez
sou tua de vez

15 de nov. de 2007


Prescruto.
Nas linhas dos horizontes.
Por entre a penumbra do azul marinho.
E o encandescente das minhas tormentas núvens.
E nada vislumbro!

Cego-me ao me vislumbrar.
De pontes,
iluminadas por ruidosas trovoadas.
E enegrecidas por infinitos vazios,
da minha inútil tangibilidade.

Prescruto além desses horizontes.
Vã, vamente!
Resta um tormentoso ardor, salgado.
Da marezia dos meu mensurável mar.

Como posso prescrutar se sou míope.
E insane?

E se faço por olvidar,
Que os meus horizontes afinal não o são!
E só são os teus olhos.

Doces e celestes.
Mas que, de tão presentes ausentes,
jamais os prescrustarei.
Restando-me, pois, meiga-los.

Com o revolto mar de maresia,
de uma tua doce lágrima.
Sempre envolvida em encandescente luar.
Do teu quente luar.

Não podendo, pode ser?

*R

14 de nov. de 2007



"Voglio mille lune
per accarezzarti
Pendo dai tuoi sogni
veglio su di te
non svegliarti, non svegliarti .... ancora"

"Quero mil luas
para acariciar-te
Suspenso dos teus sonhos
olho por ti
não acordes,
não acordes… ainda"

Meravigliosa Creatura
"Gianna Nannini"

12 de nov. de 2007

Páginas inesperadas...



"O desejo foi o princípio, medo, desejo e uma curiosidade
inquietante pelo que devia vir"

"Thomas Mann"
(A Morte em Veneza
)

Agradeço o gentil convite do
  • Directriz

  • Convido os amigos e amigas a continuarem este delicioso desafio...


  • Barlavento


  • Humores


  • NimbyPolis


  • Um Paraíso no Inferno


  • As dicas aqui : http://lenozzedifigaro.blogspot.com/2007/11/passatempo.html


    7 de nov. de 2007

    Mas que silêncio.................


    Cedros, abertos,

    pinheiros novos.

    O que há no tecto

    do céu deserto,

    além do grito?

    Tudo que é nosso.

    São os teus olhos

    desmesurados,

    lagos enormes,

    mas concentrados

    nos meus sentidos.

    Tudo que é nosso

    é excessivo.

    E a minha boca,

    de tão rasgada,

    corre-te o corpo

    de pólo a pólo,

    desfaz-te o colo

    de espádua a 'spádua.

    São os teus olhos.

    Depois, o grito.

    Cedros, abertos,

    pinheiros novos.

    É o regresso.

    É no silêncio

    do outro extremo

    desta cidade

    a tua casa.

    É no teu quarto

    de novo o grito.

    E mais nocturna

    do que nunca

    a envergadura

    das nossas asas.

    Punhal de vento,

    rosa de espuma:

    morre o desejo,

    nasce a ternura.

    Mas que silêncio na tua casa!........................


    ( David Mourão Ferreira )

    2 de nov. de 2007


    ...Vem comigo escolher o encanto
    para que o mar nos respire quando a alma sufoca
    Vem comigo
    inventarei o dia
    onde contigo o outono corra pelas ruas
    e na primavera da pele nasçam
    flores,
    no aconchego do teu ombro...