14 de abr. de 2008


Entre os teus lábios
é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.

No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.

Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.

Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.

Deita-te comigo.
Ilumina meus vidros.
Entre lábios e lábios
toda a música é minha.


Eugênio de Andrade...

Eternamente para ti....sabes...

Um comentário:

Maré Viva disse...

"Deita-te comigo,
Ilumina meus vidros"...

Que coisa linda, que maravilha haver poetas que nos invadem a alma, semeiam em nós a esperança e nos fazem acreditar.

Obrigada pela tua visita e pelas palavras.

É sempre umprazer vir aqui. Bjo.