11 de abr. de 2008


O azul, o azul rouco, o azul
sem cor, luz gémea da sede.
Acerca deste rigor
tenho uma palavra a dizer,
uma sílaba a salvar desta aridez, asa

ferida, o olhar arrastado
pela pedra
calcinada, húmido
ainda de ter pousado
à sombra de um nome,
o teu:
amor do mundo,

amor de nada.


Eugénio de Andrade

Nenhum comentário: