26 de out. de 2009

Êxtase aturdido
















Um soco no estômago
dor cortante como lâmina na pele nua
ferindo num corte profundo
insistente
esperei por segundos tua voz doce me acordar
e dizer: não querida foi só um pesadelo
mas tuas palavras calaram-se
tua voz tornou-se grave
quando dei por mim
já não sabia
com quem estava falando
agora não há nenhuma emoção
apenas uma folha branca
uma interrogação constante
desconcertante
uma mancha de sangue sob a blusa
e no lugar do desejo uma concha oca
vazia
no lugar de uma flor uma pétala seca

Êxtase aturdido na ferida aberta
da cumplicidade estraçalhada
nenhuma emoção meu amor
nenhuma voz voltará a
incendiar o meu corpo em fogo
com lágrimas
ternura e gozo
não deixarei que outro amor
pise na ferida aberta sob a blusa

Um comentário:

Tatiane Trajano disse...

"Ainda é cedo amor
não desista ainda
amor que fere
também cura a ferida"


Teu jeito infinito de escrever me emociona.
=)

Beijinhos