1 de jan. de 2010


Aqui cantaste nua.
Aqui bebeste a planicie, a lua,
e ao vento deste os olhos a beber.
Aqui abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer.


Aqui vieram bailar as estações
e com elas tu bailaste.
Aqui mordeste os seios por abrir,
fechaste o corpo à sede das searas
e no lume de ti própria te queimaste.


"Na varanda de Florbela" - Eugénio de Andrade

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando sorrias
esta casa era tão bonita
Hoje choveu
porque não estavas
E o silêncio
a doer-me
como o perfume que ficou
da última rosa
desfeita pelo vento

m@nuel