18 de jun. de 2011

Mise-en- abîme









Pego no meu copo em frente do fogo e tenho uma certeza absoluta, mas não sei a respeito de quê.
Não me basta a alegria do riso. Não me basta ser feliz por ignorância.
Inventámos a palavra, a música e até inventámos Deus.
E não contentes com isso, ainda inventámos a felicidade.
Mas a felicidade é a perfeição no tempo presente, portanto com limites; ora a perfeição com limites é um absurdo.
Eu amo a utopia, a loucura e o infinito!
Ah se ao menos estivesses aqui…
Que pena que te baste a felicidade e não venhas enlouquecer docemente comigo.
Vem beber deste vinho e olhar a vertigem do fogo.
Quando olhamos o abismo não há quem nos devolva o olhar, ficamos a sós com o infinito.
Vem cair na fundura da memória, vem voar na antecipação do futuro; transpor os limites do tempo é que nos aproxima dos deuses.
Vem sofrer comigo, vem. Há mais contentamento para além da felicidade.
Ser feliz é ficarmos emparedados no presente.

Manuel Guinato

2 comentários:

vieira calado disse...

Isso, de facto, é ser feliz!

Bjsss

chris disse...

Olá!
Enviei-lo em seu endereço de gmail cabeçalhos diferentes para o seu blog!
Imagens feitas por mim! Não sei se você recebeu-los!
Foi para agradecer por sua visita ao meu blog
Desejo-lhe uma noite muito agradável
cordialmente da França
Chris
http://sweetmelody87.blogspot.com/