25 de nov. de 2012























"É maravilhoso o inexplorado, o inesperado,
a única coisa que está escondida e a coisa imutável
que se esconde por trás da mutabilidade superficial.
Para rastrear o remoto no imediato, o eterno no efêmero,
o passado no presente, o infinito no finito,
que são para mim as fontes de prazer e beleza."

 "Eu moro em terror de não ser mal interpretado."

-Lovecraft

23 de nov. de 2012





















Beija-me com ternura. Abraça-me, enquanto eu te imploro para parar. 
Quando eu me afastar, siga-me. 
Cubra minha boca com a sua, 
para que apenas você possa ouvir meus gritos silenciosos. 
Escove o cabelo dos meus olhos para que eu possa ver 
exatamente onde você está ..... 

21 de nov. de 2012

20 de nov. de 2012



Seus lábios tocaram seu cérebro
à medida que tocou seus lábios,
como se fosse um veículo 
de alguma linguagem vaga e entre eles, 
sentiu uma pressão desconhecida e tímida, 
mais escura do que o desmaio do pecado, 
mais suave do que o som ou cheiro. "

-James Joyce

18 de nov. de 2012









Eu amo seus silêncios, eles são como os meus.
Você é o único ser diante do qual eu não estou angustiado
por meus próprios silêncios.
Você tem um silêncio veemente, um sentir cheio de essências,
é um silêncio estranhamente vivo,
como uma armadilha aberta sobre um poço,
de onde se pode ouvir o murmúrio secreto da própria terra.

Anaïs Nin, Je suis le plus malade des Surrealistes

17 de nov. de 2012

L'ÂGE D'AIRAN-(Rodin)


























Devagar, devagar, em frente à luz
Carregado de sombras e de peso
Arrancando o seu corpo da raiz

No extremo dos seus dedos nasce um voo
No vértice do vento e da manhã
Uma asa vai - perdida dos seus dedos.

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN,

 in CORAL (1950), in OBRA POÉTICA (Caminho, 2010)

15 de nov. de 2012



















Amo sobre uma mesa,
quando se fala,
à luz de uma garrafa
de inteligente vinho.
Que o bebam,
que recordem em cada
gota de ouro
ou copo de topázio
ou colher de púrpura
que trabalhou no outono
até encher de vinho as vasilhas
e aprenda o homem obscuro,
no ceremonial de seu negócio,
a recordar a terra e seus deveres,
a propagar o cântico do fruto. 

- Pablo Neruda

25 de set. de 2012

COISAS TUAS














Levo coisas tuas
...
para poder estar contigo
na distância.
Para nunca te perder a companhia,
mesmo não estando.
Levo gravado o teu gesto,
o pranto, o riso, e,
(ora inocente, ora picante),
o teu sorriso,
que é a tua expressão,
o teu maior encanto.
E levo um objecto,
teu pertence,
como se o espaço tivesse autoridade
e o tempo nos afastasse.

Como se fosse preciso...

MARGARIDA FARO, in 44 POEMAS (Fonte da Palavra, 2011)

24 de set. de 2012









"Longe, 
Seu coração bate por mim;
E a sua mão desenha aquele afago
Que me sossega inteiro...
Longe,
...
A verdade serena do seu rosto
É que faz este dia verdadeiro......"

-MIGUEL TORGA, in DIÁRIO I (1941)Coimbra, 7ª ed., 1989)

22 de set. de 2012

CORAÇOM AO VENTO...



















"Fértil agromada no coraçom do vento,
frutas aguardadas no meio das florestas,

eu em ti!,namorando levemente lava rosa,
no côncavo do meu meu corpo desangrado.
Seduce-me agora que a noite chega,
ispe-me num manto de jazmíns e lirios,
como sangue que nos beiços se eternice,
como as asas que nos namoram livremente.
Nos côncavos dos corpos desangrados,
ti e eu adormecemos no nosso fogo queimado
como cervos orgánicos,voraces,decepados,
rasgados,enlouquecidos,entreabertos; devorados
nas aranheiras volateis do nosso amor de sangue.
Seduce-me agora que chega a noite no fluxo
das fontelas que se espandem quentes,mestura
dos zumes que se ceivam no orgasmo pleno...

Fértil agromada no coraçom do vento
ti es a froita que esvara nos meus lábios."

* Este poema encontra-se escrito em Galaico-Português

6 de set. de 2012

ROSA DO MUNDO




























Rosa. Rosa do mundo. 
Queimada.
Suja de tanta palavra.

Primeiro orvalho sobre o rosto.
que foi pétala
a pétala lenço de soluços.

Obscena rosa. Repartida
Amada.
Boca ferida, sopro de ninguém.

Quase nada. 

EUGÉNIO DE ANDRADE, in CHUVA SOBRE O ROSTO, 
(Modo de Ler/Ed. Afrontamento, 2009)

TAMBÉM ESTE CREPÚSCULO...


















Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.

Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.

Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.

Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.

Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?

1 de set. de 2012

A EXALTAÇÃO DA PELE
































Hoje quero com a violência da dádiva interdita.
...
Sem lírios e sem lagos
e sem o gesto vago
desprendido da mão que um sonho agita.
Existe a seiva. Existe o instinto. E existo eu
suspensa de mundos cintilantes pelas veias
metade fêmea metade mar como as sereias...

NATÁLIA CORREIA, in POEMAS (1955), 
in POESIA COMPLETA - O SOL NAS NOITES E O LUAR NOS DIAS 
(Dom Quixote, 2007)

25 de ago. de 2012

SÁBADOS

































Lá fora, há um ocaso, obscura jóia
...
engastada no tempo,
e uma recôndita cidade cega
de homens que não te viram.
A tarde cala ou canta.
Alguém descrucifica os ansios
cravados no piano.
Sempre a abundância da tua beleza

* * *

A despeito do teu desamor,
a tua beleza
prolonga o seu milagre pelo tempo.
A felicidade mora em tu
tal como a Primavera numa folha nova.
Não sou quase ninguém,
sou apenas o anseio
que se perde na tarde.
Em ti mora o prazer
tal como a crueldade nas espadas.

* * *

Carregando as persianas vem a noite.
Na sala tão severa, como cegos,
procuram-se uma à outra as nossas solidões,
Sobreviveu à tarde
a brancura gloriosa da tua carne.
No nosso amor há uma pena
parecida com a alma.

* * *

Tu
que ainda ontem eras só toda a beleza
és agora também todo o amor.


*

JORGE LUIS BORGES, in FERVOR DE BUENOS AIRES, 
in OBRAS COMPLETAS I 1923-1949, 
trad. de FERNANDO PINTO DO AMARAL (Teorema, 1998)


23 de ago. de 2012

11 de ago. de 2012
































"Uma felicidade nos dedos
um fluir cálido 
o sol
captado no repouso sobre a mesa


e escrito aqui um sol tão rápido

Nada se separa sob os dedos

ignorantes da divisão do vidro

e o pássaro fica

sem o canto

não o sabem os dedos

Eles deslizam sobre a superfície

na absoluta densidade indesvendável..."



ANTÓNIO RAMOS ROSA, in O INCERTO EXACTO (1982)

 in ANTOLOGIA 

27 de jul. de 2012



















Às vezes é preciso dormir, dormir muito. 
Não pra fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos. 
Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada 
sabe quão difícil é engolir a vida.
 Porque tudo,
 absolutamente tudo devora a gente.

Inteira.

— Marla de Queiroz

22 de jul. de 2012

Intocável


Ouço
o som
intocável
da tua voz

Vejo
teu corpo
que passa
por mim
como nuvem
mas não te alcanço

Cisnes negros
dançam
para mim,
flutuam
em imensos lagos
de gelo e luz

São meus sonhos
que prendem-se
em suaves teias,
algemas de vidro

Amanheço
ainda com
o toque
dos teus dedos
a marca dos beijos,
diamantes,
pedras preciosas
cravadas
em minha pele nua...

Eliane




Curiosidades:
Existem muitas histórias sobre os diamantes.

Os gregos acreditavam serem lascas de estrelas que caíram na Terra.
É o símbolo do amor "inquebrável" e a razão
de usar-se um anel de diamantes no terceiro
dedo da mão esquerda é porque os egípcios
acreditavam que a "veia do amor"
vinda diretamente do coração, terminava neste dedo.

21 de jun. de 2012












  • ‎" Na tua luz eu aprendi a amar. 
    Em sua beleza, como fazer poemas. 
    Você dança dentro do meu peito, 

    onde ninguém vê. "

    - Rumi

17 de jun. de 2012

Sol em mim




Despedi-me
 do inverno
e do abismo
das incertezas
que cobrem o sol
dos meus dias

Bruma densa
onde o silêncio
fala
cala
fere a alma

Agora
 o corpo exala
o líquido
efeito do
sol em mim


Luz que devasta
sem pressa
e manda embora
a solidão

És o sol dos meus dias...



Nane....

29 de mai. de 2012























  "Les pétales d’une fleur couleur flamme
Touchent l’âme d’une femme…
Du soir qui se couche
A l’aube de sa bouche
La nuit aura de l’audace
Sur son corps, laissera une trace…"

22 de mai. de 2012

Insustentável Leveza


Ela chegou com suas asas
Subiu até o último degrau dos sonhos
Em cada poro o brilho de uma estrela
Que acabara de nascer
Na essência sonhadoraNão visionava o chão
Só o céu...

Só o céu com gosto de chuva
Não viu a porta pesada
Do mundo e indefesa
Viu ser destroçado seu corpo
De borboleta bailarina
E dançando
Desceu ao abismo dos medos
E transparentes
Suas mãos delicadas
Tentam agarrar-se ao intocável
E sob um céu de tempestades
Escarlate e pulsante encontrou
Uma luz longe, quase impossível
Como uma música sonora
E deixou-se cair


Morreria...Morreria



Eliane

9 de mai. de 2012

He silence of memories…





*And everything was silent
my mind calm
my chest steady
like water flowing
through the deep.
Recollections
memories.
Yesteryears…
The fire muted
of its carmine glow
and amber flow
The anger subdued
only joy remain.
Suddenly
the past is a miracle.
Where every
step made
is a walk
towards
this.
The silence
of memories…"

8 de mai. de 2012

Formas



Há sempre
uma madrugada
em que os candelabros
de ouro enaltecem
mais tuas formas,
a tua alquimia
de pecado e volúpia,
há sempre,
no teu sorriso breve,
uma brisa
que regressa do mar,
trazendo o lamento
dos náufrafos,
a sua sede irremediável.

Nestas horas
de assassinada alegria
ergues os braços
em uma súplica,
mas ninguém te ouve,
ninguém te vê,
encerrada numa
túnica de cores puras.

JoséBaptista

6 de mai. de 2012










Eu olhei para você com aquela sua jaqueta que te deixa com tanta cara de homem e me senti tão ao lado de um homem, que eu tive vontade de ser a melhor mulher do mundo.
E eu tive vontade de fazer ginástica, ler, ouvir todas as músicas legais do mundo, aprender a cozinhar, arrumar seu quarto, escrever um livro, ser mãe.
E aí eu só olhei pra bem longe, muito além daquele Sol, e todo o meu passado se pôs junto com ele. E eu senti a alma clarear enquanto o dia escurecia.

Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa.
Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão.
Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas.

Eu te quero."

1 de mai. de 2012



“Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. 

"Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-Las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que “nada é para sempre.”


[ Gabriel García Márquez ]


30 de abr. de 2012

29 de abr. de 2012












“Quando ele ligava eu ouvia aquela voz, eu sabia que aquela era a voz que minha alma precisava. Quando ele sorria desarmado, limitado e impotente, para todas as minhas dúvidas, inconstâncias e chatices, eu sabia que era daquele sorriso que minha alma precisava.”

—Tati Bernardi







Você não a amava. Você simplesmente não quer ficar sozinho. 
Ou talvez, talvez ela era boa para o seu ego. Ou talvez ela te fez se sentir melhor sobre sua vida miserável, 
mas você não a ama, porque ninguém destrói a vida da pessoa que ama.