28 de jan. de 2012

























"Porque agora, de longe, parece tão fácil. Agora, de longe, se desse, pra te ter por minutos, nossa, eu seria tão feliz. Mas semana passada, gritava dentro de mim, se não fosse pra sempre, se não fossem mil minutos, se não fossem os meus minutos, que eu focasse então em tudo de ruim pra me livrar logo do pouco que ofende ou do egoísmo que bate de frente.”

— (Tati Bernardi)

25 de jan. de 2012



































"É saudade. Que lateja no peito e encara a morte. Saudade que implora pra voltar, que grita teu nome durante toda a noite. Grita no silêncio de um peito, e diz-se meu. Seu, se fala, coloca pra fora o cansar. Calça e reclama, machuca os calos. Cala a boca com uma mão, enquanto com a outra enforca o pescoço. Pesca no mar o teu brilho, bem no fundo. Afunda e percorre, passa entre-meios e encontra: o teu espaço. Saudade que se vai, e continua aqui. Esmaga a alma e derrama o sangue que escorre pelas mãos. Saudade."

23 de jan. de 2012















Tenho a sensação de que nunca vou me esquecer de você, não importa quem chegue, quem me tenha ou me ame, há um vicio em meu coração, um tipo de mania de amar você. Não importa o tempo, os acontecimentos, as mudanças, as esperas ou as partidas, aqui sempre vai ter um lugar pra você, ainda que você não volte, ainda que você não queira mais viver aqui, teu lugar é cativo, é sagrado, feito cicatriz, aquelas que o tempo faz pra gente olhar e lembrar que um dia alguma coisa esteve aqui e marcou.


-Paula Cabral

















Eu gostava tanto de você. Do seu jeito de falar manso. Da maneira como as palavras saíam da sua boca. Da forma como as suas mãos sempre quentes tocavam o meu corpo. Do seu olhar que me arrepiava por dentro e por fora. E que fazia com que eu me sentisse a pessoa mais especial do universo inteirinho.

22 de jan. de 2012

Faltam palavras, descrições, canções. Falta tanta coisa para sentir o que um dia sentimos. Falta coragem de assumir, coragem de esquecer, coragem de fazer diferente mesmo quando o que se sente continua igual. E hoje, ao pensar no que escrever eu só consigo me lembrar de uma frase: “Te amo tanto, tanto, tanto que te deixo em paz.” E sei que você vai ler, e vai me dizer que leu e vai me perguntar se era pra você. E mais uma vez vai me dizer que não quer me machucar. E eu vou entender. Não vou cobrar nada porque já fomos longe demais. E no fundo eu só quero que você guarde um pouco mais. E que daqui a muitos e muitos anos nossa memória consiga se lembrar dos nossos jeitos, sorrisos e momentos. Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez. Porque mesmo a gente voltando para outros abraços só o nosso valerá a pena.

21 de jan. de 2012

Soneto de uma quase loucura

E ele não para, nem por um fragmento de segundo, amor, ele não para. O maldito continua a girar, sempre na mesma direção, sempre exalando os mesmo fluidos. Ele, querido, o planeta. Acabou o meu balé. Fim da cota. Fiquei tonta de tanto rodar, fiquei torta de tanto cair. Fecharam as portas do meu balé. Os meus monstros não ficam mais embaixo da cama, não. Todos eles, de todos os tamanhos, me perseguem. E eu entro no labirinto, escondo-me nas vielas escuras, me camuflo por dentre as borboletas. E eles sempre, sempre, sempre me encontram. O meu grito sai abafado, querido, e ninguém, ninguém, ninguém me ouve. 
O meu riso soa a tristeza, exala imperfeição. Hoje eu quis chorar no meu abrigo, morar no teu abraço, ter meu apelos calados por teus beijos. E tudo, e nada. Como atravessar esses dias, amor? Eu desaprendi a mágica de colocar um pé na frente do outro, porque tudo o que eu sabia era dançar. E fecharam as portas do meu balé. O encantador de mentes, com aquela flauta que não para, não para feito o planeta, puxou um fio da minha mente, devagar, minuciosamente, o senhor da cautela arrancou-me um novelo. Já não sei mais pensar. 
Diga-me, querido, você viu minhas sapatilhas penduradas por ai? É insuportável viver presa dentro desse corpo. Desse corpo que não ri, que não grita, que não dança. Diz pra ele parar, sim, amor? Diz para ele parar um pouquinho, um momento, um segundo de girar. Pelo menos até eu achar minhas sapatilhas, pelo menos até que eu aprenda a cantar. Não há equilíbrio, só o erro, o medo dessas promessas do senhor da cautela de vir me salvar. A melodia dele mente tanto, tanto pra mim. Chega, amor, de me quebrar no chão. Hoje eu vou montar no colibri, hoje eu vou voar.

Relicário de mim.

 Não tem poesia nem palavra difícil e nem construção sofisticada. O amor é simples como sorrir numa droga de fila. E não se sentir mais sozinho e nem esperando e nem desesperado e nem morrendo e nem com tanto medo.Eu sinto falta de querer fazer amigos em qualquer festa, só pra conhecer gente estranha e te contar depois. Voltei a achar todo mundo feio e bobo e sem nada a dizer. Porque eu acho que estava gostando mais das pessoas só porque te via em tudo. 
 Tati Bernardi

 "Quando vai dando assim, tipo umas onze da noite, o horário que a gente se procurava só pra saber que dá pra terminar o dia sentindo algum conforto. Quando vai chegando esse horário, eu nem sei. É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo.E daí se vai pra onde?"
 Tati Bernardi