Aqui cantaste nua.
Aqui bebeste a planicie, a lua,
e ao vento deste os olhos a beber.
Aqui abandonaste as mãos
a tudo o que não chega a acontecer.
Aqui vieram bailar as estações
e com elas tu bailaste.
Aqui mordeste os seios por abrir,
fechaste o corpo à sede das searas
e no lume de ti própria te queimaste.
"Na varanda de Florbela" - Eugénio de Andrade
Um comentário:
Quando sorrias
esta casa era tão bonita
Hoje choveu
porque não estavas
E o silêncio
a doer-me
como o perfume que ficou
da última rosa
desfeita pelo vento
m@nuel
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